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Daniel Cardozo
daniel.cardozo@jornaldebrasilia.com.br
Não é de hoje que é perigoso atravessar o Eixão, mas, mesmo assim, é comum passar pela via e encontrar pedestres que arriscam a própria vida. Pressa e preguiça são as desculpas mais comuns de quem evita as passagens subterrâneas, que foram reformadas recentemente, mas parecem não agradar a todos. As reclamações vão desde o vandalismo até a criminalidade nas travessias, mesmo com a revitalização dos espaços.
Ontem, a violência no trânsito fez mais uma vítima na rodovia. Um homem de 49 anos morreu atropelado ao tentar atravessar o Eixão. O acidente ocorreu na altura da 205 Sul. O motorista afirmou que tentou desviar, só que o grande movimento na pista teria impedido qualquer manobra.
Segundo o Departamento de Estradas de Rodagem (DER-DF), desde 2010 foram registradas 25 mortes por atropelamento no Eixo Rodoviário. O número de vítimas fatais foi de nove em 2010, nove em 2011, sete em 2012 e até o momento, duas mortes em 2013.
A reportagem do Jornal de Brasília esteve no Eixão e flagrou a imprudência dos pedestres que ignoram a proximidade das passagens subterrâneas. Ao serem questionados se não temiam acidentes, a maioria minimizou os riscos.
Ao mesmo tempo, também foi constatado o mau estado de conservação das passagens. A reportagem percorreu alguns dos pontos e ouviu reclamações dos pedestres. As travessias nas alturas do Banco Central e da 105 Norte estavam sem iluminação. Na última, havia muitos pontos sem revestimento. Além disso, é grande a quantidade de pichações nas passagens.
Nem mesmo a morte de ontem desanimou o cobrador de ônibus Gilmar do Carmo de atravessar a via. “Passo aqui todo dia e não tenho medo. É só tomar cuidado e ter atenção na hora de passar. Eu costumo atravessar aqui porque estou atrasado”, admitiu.
Uma pedestre que não quis se identificar conta que só atravessa quando o fluxo de carros não está intenso. “Atravesso fora da passagem porque tenho preguiça, mas quando venho atravessar e o movimento está grande eu vou para a passagem subterrânea. A pressa é nossa inimiga”, disse.
Vandalismo e insegurança
A empregada doméstica Vitailma Rodrigues já presenciou a ação de bandidos em uma passagem subterrânea e evita passar pelo local após as 17h. “Eu e minha filha vimos uma mulher ser jogada no chão por um bandido, que queria roubar a bolsa dela. Ele não levou nada nosso porque nós fugimos. Tanto atravessar por cima como passar por aqui são coisas perigosas”, disse.
Diariamente, Antônia Batista, empregada doméstica, passa pela travessia da 105 Norte e reclama do vandalismo e da insegurança no local. “Pintaram há pouco tempo, mas já sujaram tudo. Estava tudo bonitinho, mas não durou muito. Muita gente já foi assaltada aqui e eu já vi homens armados”, disse.
O especialista em trânsito Paulo César Marques, da Universidade de Brasília (UnB), tem uma visão otimista a respeito do cenário, que, segundo ele, já foi pior. No entanto, para o estudioso, falta uma percepção melhor do cidadão sobre as travessias. “Entre todos que precisam atravessar, 80% usam as passagens subterrâneas, o que significa que apenas 20% se arriscam”, estima.
“Nos últimos dez anos tivemos uma redução nas mortes, muito por conta da intensificação da fiscalização eletrônica. O pedestre que passa pela pista tem uma parcela grande de culpa, mas o motorista que excede a velocidade também, já que a mais de 80 km por hora é muito difícil que a vítima sobreviva. Se o condutor estiver mais atento e na velocidade da via, pode conseguir frear a tempo e salvar a vida da vítima”, explica.
O Departamento de Estradas de Rodagem (DER) chegou a estudar a construção de muretas entre os dois sentidos do Eixão, que, além de evitar impactos frontais causados por veículos sem controle, poderiam evitar a passagem de pedestres. No entanto, a medida teve resistência do Iphan e o GDF acabou anunciando, em 2011, reforço no monitoramento por câmeras e maior patrulhamento na via. Além disso, foram instalados oito novos pardais: são 31 ao longo da pista.
Versão Oficial
Foram gastos R$ 453 mil na revitalização das passagens. Em nota, a Novacap afirma que as reformas serviram para estimular o uso das travessias e diminuir acidentes. O órgão diz lamentar que as travessias tenham sido afetadas pelo vandalismo e que a conservação depende da colaboração da sociedade, com denúncias. Sobre a iluminação, a CEB afirma que a substituição das lâmpadas é cotidiana.
daniel.cardozo@jornaldebrasilia.com.br
Não é de hoje que é perigoso atravessar o Eixão, mas, mesmo assim, é comum passar pela via e encontrar pedestres que arriscam a própria vida. Pressa e preguiça são as desculpas mais comuns de quem evita as passagens subterrâneas, que foram reformadas recentemente, mas parecem não agradar a todos. As reclamações vão desde o vandalismo até a criminalidade nas travessias, mesmo com a revitalização dos espaços.
Ontem, a violência no trânsito fez mais uma vítima na rodovia. Um homem de 49 anos morreu atropelado ao tentar atravessar o Eixão. O acidente ocorreu na altura da 205 Sul. O motorista afirmou que tentou desviar, só que o grande movimento na pista teria impedido qualquer manobra.
Segundo o Departamento de Estradas de Rodagem (DER-DF), desde 2010 foram registradas 25 mortes por atropelamento no Eixo Rodoviário. O número de vítimas fatais foi de nove em 2010, nove em 2011, sete em 2012 e até o momento, duas mortes em 2013.
A reportagem do Jornal de Brasília esteve no Eixão e flagrou a imprudência dos pedestres que ignoram a proximidade das passagens subterrâneas. Ao serem questionados se não temiam acidentes, a maioria minimizou os riscos.
Ao mesmo tempo, também foi constatado o mau estado de conservação das passagens. A reportagem percorreu alguns dos pontos e ouviu reclamações dos pedestres. As travessias nas alturas do Banco Central e da 105 Norte estavam sem iluminação. Na última, havia muitos pontos sem revestimento. Além disso, é grande a quantidade de pichações nas passagens.
Nem mesmo a morte de ontem desanimou o cobrador de ônibus Gilmar do Carmo de atravessar a via. “Passo aqui todo dia e não tenho medo. É só tomar cuidado e ter atenção na hora de passar. Eu costumo atravessar aqui porque estou atrasado”, admitiu.
Uma pedestre que não quis se identificar conta que só atravessa quando o fluxo de carros não está intenso. “Atravesso fora da passagem porque tenho preguiça, mas quando venho atravessar e o movimento está grande eu vou para a passagem subterrânea. A pressa é nossa inimiga”, disse.
Vandalismo e insegurança
A empregada doméstica Vitailma Rodrigues já presenciou a ação de bandidos em uma passagem subterrânea e evita passar pelo local após as 17h. “Eu e minha filha vimos uma mulher ser jogada no chão por um bandido, que queria roubar a bolsa dela. Ele não levou nada nosso porque nós fugimos. Tanto atravessar por cima como passar por aqui são coisas perigosas”, disse.
Diariamente, Antônia Batista, empregada doméstica, passa pela travessia da 105 Norte e reclama do vandalismo e da insegurança no local. “Pintaram há pouco tempo, mas já sujaram tudo. Estava tudo bonitinho, mas não durou muito. Muita gente já foi assaltada aqui e eu já vi homens armados”, disse.
O especialista em trânsito Paulo César Marques, da Universidade de Brasília (UnB), tem uma visão otimista a respeito do cenário, que, segundo ele, já foi pior. No entanto, para o estudioso, falta uma percepção melhor do cidadão sobre as travessias. “Entre todos que precisam atravessar, 80% usam as passagens subterrâneas, o que significa que apenas 20% se arriscam”, estima.
“Nos últimos dez anos tivemos uma redução nas mortes, muito por conta da intensificação da fiscalização eletrônica. O pedestre que passa pela pista tem uma parcela grande de culpa, mas o motorista que excede a velocidade também, já que a mais de 80 km por hora é muito difícil que a vítima sobreviva. Se o condutor estiver mais atento e na velocidade da via, pode conseguir frear a tempo e salvar a vida da vítima”, explica.
O Departamento de Estradas de Rodagem (DER) chegou a estudar a construção de muretas entre os dois sentidos do Eixão, que, além de evitar impactos frontais causados por veículos sem controle, poderiam evitar a passagem de pedestres. No entanto, a medida teve resistência do Iphan e o GDF acabou anunciando, em 2011, reforço no monitoramento por câmeras e maior patrulhamento na via. Além disso, foram instalados oito novos pardais: são 31 ao longo da pista.
Versão Oficial
Foram gastos R$ 453 mil na revitalização das passagens. Em nota, a Novacap afirma que as reformas serviram para estimular o uso das travessias e diminuir acidentes. O órgão diz lamentar que as travessias tenham sido afetadas pelo vandalismo e que a conservação depende da colaboração da sociedade, com denúncias. Sobre a iluminação, a CEB afirma que a substituição das lâmpadas é cotidiana.
Fonte: Da redação do clicabrasilia.com.br
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